domingo, 7 de novembro de 2010

ZÉ BUNDINHA


Zé sempre foi meu amigo. No início era meio bicho do mato, dia vinha e apertava minha mão, dia não. Mas um dia eu coloquei um pouco de café em seu copo, esfriei e lhe dei, pensei que estava bom, mas pra ele não, então pedi que provasse, mas por barreira de língua ele em vez de provar, bebeu. Foi o fim de nossa amizade. Pra ele o café ainda estava quente e pronto, por um longo tempo Zé só me olhava de longe. Não chegava mais perto de mim. As crianças vinham, mas ele ficava de longe. Certa vez comprei bala para as crianças e coloquei em saquinhos para dar a cada um. Todas vinham pegar em minha mão e nada do Zé dar o primeiro passo. Até estendi a mão com o saquinho de bala, mas nada do Zé se achegar. Um dia estava eu sentado no chão com a cabeça entre as pernas, foi quando senti alguém passando a mão na minha cabeça, era ele. Desde esse dia nunca mais nos separamos. Quando estou na aldeia ele não desgruda de perto de mim, sempre estou parando meu trabalho para dar atenção a ele. Brincamos no monte de terra. Fazem de mim gato e sapato, mas não ligo, é tudo festa.








































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Guilherme JaberPostado por Guilherme Jaber

Neste blog mostro um pouco de meu trabalho voluntário que faço na Aldeia de Brackuy em Angra dos Reis com índios da etnia Guarani Mibia. Meu trabalho consiste em ensinar a eles maneiras alternativas de construção de moradias sem agredir o meio ambiente. Para mais detalhes sobre esse trabalho... Entre em Contato
indiosdeangra@hotmail.com

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